domingo, 3 de abril de 2011

Manel Berra-boi

Manel Berra-boi

Muita boa noite !
Meu nome é berra-boi
Sofrido de açoite
Vou contar como é que foi
Que cheguei no Rio de janeiro
Quase trinta de fevereiro

Quando aportei
Fui logo parar na tal favela
Num é que tinha mais paraíba
Que bandido nela

Como bom sertanejo
Sem dinheiro e muito gracejo
Aluguei um barraco
Fazido de taubua de buraco

Com as miudezas da economia
Comprei um pacote de bananada
Pra ganhar um faz me ria.
E pertinho da noite, escuriando o tempo
Conheci um rabo de saia
Que me deu um alento !

Ô mulher arretada sô !
Arrebentou minha fimose.
Me deu um arreio de dor
Mas que preta, que lordose !

Morena flor, assim queu chamava ela
E ela verbalava
- te amo minha anta
Arruma a casa, lava as panela faz a janta
Essa mulher é um santa !

Fui indo e avivendo
Pois pois montei uma barraquinha de doce.
Um dia um frangote, um fedelho
Como se fosse dono do pedaço
Mandou eu vender um troço
Pra deixar o olho vermelho

Na primeira vez que fiz a venda gritei:
- ó meu padim ciço que é que eu fiz
O homem pegou a farinha e botou no nariz

O moço saiu gritando todo feliz
Eu disse arre égua
O homem virou baitola, soltou as prega !


Depois me dei conta
Que tudo que é carioca
Gosta da tapioca que deixa tonta

Ai me assusseguei sabe
Comecei a vender muitcho
Só parava carro bonito
E filho de rico

E minha mulher sempre dizendo
---“ Homem...riqueza nesse negócio
É quando o outro tá morrendo
Tô ganhando, Tô vivendo

Fui pro boteco tomar umas pinga
De susto chegou a puliça

--- Pronto ! vou perder meu ponto
__Pra que que eu sai da minha terra
Pobre em qualquer lugar se ferra

Punhei o resto no bolso
Pra garantir a semana
Fiquei feito caçamba sem poço

= Jirimum tu tá em cana
- Bebo não seu moço
= Palhaçada Paraíba
Perdeu passa a grana

- aí que foi, me entortei de vez
Saí correndo até a sombra se perder
Meteram o pipoco, corri feito louco
E roguei:
- me livrai dessa nossa senhora do sufoco
Que serei teu da raiz até o coco

Num repente, credo em cruz
Desceu uma luz...do céu
Uma voz dizendo :
não tá na tua hora manel
- é isso mermo que eu tô vendo
sim, sou eu, volta pro teu corpo
Tá cheio de inocente aqui no beleléu

Meti os cambitos e aqui tô eu
Muito prazer, Manel berra-boi
Já tive no céu
Mas não sei como foi

sábado, 15 de maio de 2010

Marcelo Girard

sejam bem vindos
ao meu blog aqui você
encontra algumas de minhas poesias
dos meus últimos 3(três) livros
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(1990) - O dente Cariado de Cristo
(1999) - Raivódio - poesia mix
(2005) - O perfume do Átomo Marcelo Girard

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Poeta,compositor,cronista,produtor cultural

apresentador,radialista,locutor,cerimonialista

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celogirard@gmail.com
analistaredesocial@gmail.com
(21) 3496 1051 / (21) 9776 1051
contato para eventos em geral

Rádio Folclore - a primeira do Brasil

















































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Nada é como se quer

O colibri tenta a flor desenhada no muro
Deus (não) julga o ontem
A folha não cai no dia marcado
É da água repartir a pedra com o furo
E desfazer pegadas no cimento fresco.

Fotografias são imagens do texto!

Nem as mãos do escravo
Sentem o filho nos braços
E ninguém sabe como serão do bebê os traços
E a lágrima que escorre do cego
Não reflete o sol do lago.

A força (não) obedece ao mago!

Ridículo!
O invisível da fé preenche tudo
Ácaros comem o caro linho
O carrasco na forca eu acudo
E o pecado se vinga sozinho.

Minta sempre no que veja
Não deixe que a vontade te iluda
Pois quando você quer
A lei do universo muda.

Verde fruto ressecado

Sou saudosista e triste
Vivo no brilho envelhecido
Meninas que amei são senhoras
De fotos revistas nada existe.

Quem critiquei me adora
Pensamentos enrugaram
Amigos me esqueceram
Sonhos não me sugam
Meus poemas me leram.

Desta praça, o mundo passa
A criança corre da babá
Estudantes sem sutiã
Mostram sua graça.
Tampo o sorriso
No cachecol de lã.

Envelhecer não foi minha escolha.
É fim de tarde de inverno
Recolho meu surrado terno
E escrevo seu nome com uma folha.

Escada rolante parada

Como criança que perde brinquedo na praça
Chorei com o sorriso escorrendo
Lembrando uma coisa nossa
Na mesa do bar que me abraça
Lendo uma carta de amor sem nome
Que a lágrima no café me adoça
E a máscara de livro disfarça
O que em soluços me consome.

Tudo parece uma foto
Que se move de forma lenta
E no pulso da vida que toco
Aprendi que nunca se consegue
Apenas se tenta.

sábado, 6 de junho de 2009

Mudanças de palavras para trás

Para tirar o mel de dentro da abelha
Queimar o asfalto com uma centelha
Calcificar as pegadas na praia
Empurrar o chão antes que você caia
Jogar pela janela uma porta
Escolher pedra-sabão
- que imperfeitamente corta-
Navegar no sol do Everest
Juntar nos braços os raios do sul e do leste
Ter de volta a fraqueza dos porões
A estranheza de mudar para trás.

Talvez o erro esteja na escolha:
Não se deixe levar pelo o que te toca
- vento carregando a bolha!-

Seja vidro moido na roca
Água fervendo no vapor que borbulha
Tinta forte da frágil amora
Borboleta que se auto-orgulha.

Transformaçao é se estar fora.

Sai desse corpo que não te pertene

Faça o amor te recuperar
O coração que bate é o que pode sangrar.
Pára de pedir a Deus;
A mão que ora também é do adeus.
Tenha esperança no olhar;
Quem vê pode revelar.

Seja sincero nas palavras;
Quem você mata será suas larvas.
Dê carinho pelas mãos;
Afago verdadeiro jamais é pago.

Ama a si mesmo;
Auto-estima vem de baixo para cima
Nem em pensamentos minta;
Sinta o peso de viver indefeso.
Nunca se apague nas trevas;
Finja que não está aceso.

Viva ao lado de sua família;
Acredite no tesouro dessa ilha
siga o que é bom sem se humilhar.

Reaja se apanhar, mas sem rebater,
Pra não perder tempo de levantar.

Continue sua evolução,
Que nada mas é
Do que fazer da fé
Uma silenciosa revolução.

Portal para a segunda realidade

Bem perto daqui existe um lugar
Onde o poste flutua
A virgem anda nua
pesssoas-mutantes voam no zepelim
Todo mundo trabalha em casa
Ninguém sai sem cpa de plástico
Crianças compram asas.

Isso não é fantástico !

A lua é uma cavidade
Pontes subaquáticas se elevam
Quem tem dinheiro se congela
Nos países pretos nevam
Espíritos morrem virando carne de vela.
A redoma de vidro gigante purifica o ar
Um novo gás colorido solidifica
Lá é outro cá !

Homens conversam com animais
Frutas legumes e verduras na estufa
Células nascem com personalidade
Pranchas voadora e turbinadas pantufas
Nada vive sem rastreamento
A paz buscada é de todos para cada
O Sol tem termômetro e bina
Nuvens provocadas por curto
E televisão de retina.

Virtualmente
Sonhar é dar um surto
Ou pular no abismo
Pra cair em cima.

Sinceridade virou defeito

Povo brasileiro não seja criança
É claro que venderam a copa da França.

Brasil colonizado pela portuguesa corja
Escravos vendidos como produtos de loja.

Quando eu minto ninguém me lincha
Concorde. Pelé aprendeu com garrincha.

Submarinos nucleares enfeitando o cais
Eperando, algum dia, guerrear pela paz.

Essa verdade não me deixa
Paulo Coelho é clone de Raul Seixas

A igreja católica não vende seu tesouro
pois a fome do mundo vale ouro.

Os ovnis não quere pousar
Morrem de medo de nnguém aceitar.

Não se fala mais em romantismo
Comem calados a bosta dos loucos.

Globlização: terrorismo que me explode aos poucos!

Acham feio ser sincero e puro ?!
Não desce Tio Sam, eu não te engulo.

Lama rosa

Deitados no tapete de jambo
Roupas com cobertura de grama
Pernas coreografando tango
Neve rosa caindo na lama

Um perigo que não se aguenta
Amor tropical nova-iorquino
Maldita posição
- que você não senta-
Selvagem, arranca pedaços de madeira.
Enterra flores, o batom perde as cores.
Sobe na cadeira, te faço mamadeira.

Tua saliva me atrita
O coração pulsa,bate,grita.
A sombra gosta e imita
O sol pinga em gotas de fogo da pele
E sensível até um sopro carinhoso fere.
Absorção total, alma respirando mal.
Lembranças de um ato canibal.