sábado, 15 de maio de 2010

Verde fruto ressecado

Sou saudosista e triste
Vivo no brilho envelhecido
Meninas que amei são senhoras
De fotos revistas nada existe.

Quem critiquei me adora
Pensamentos enrugaram
Amigos me esqueceram
Sonhos não me sugam
Meus poemas me leram.

Desta praça, o mundo passa
A criança corre da babá
Estudantes sem sutiã
Mostram sua graça.
Tampo o sorriso
No cachecol de lã.

Envelhecer não foi minha escolha.
É fim de tarde de inverno
Recolho meu surrado terno
E escrevo seu nome com uma folha.