segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Humilde Nobreza

tem o sabor do meu paladar no corpo
respira com a minha velocidade
pensa minhas respostas sem falar
sorri no mesmo volume da minha voz
Algo esdrúxulo como o som desta palavra
Seu olhar brilha espelhando cada tinta de luz
Suas mãos se mexem num balé ao vento
difícil descrever a escuridão da tua língua
A elegância de transformar a pedra rude
como jóia reluzente falsa que ilude
Os carinhos platônicos do teu beijo
O movimento de tuas pernas que me puxam
O cabelo escorrido na boca esferográfica
Que deixa o tesão afônico num lampejo
Vontade de não respirar outro cheiro
E o suor dos pêlos na gramática.
Uma ninfeta que nunca foi pura
Jeito fêmea de louca freira
Uma virgem estática na pintura
No meio do vácuo faz fogueira
E na roupa um perfume de tabaco.
Não existe ainda no mundo
Definição mais perfeita de mulher
E nem Deus sabe
O que realmente
Ela é.