segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Recital da Burguesia

Cai no meu olho
uma garça branca acorrentada de lama
Um pedaço de planta em fotossíntese
A luz do cometa em câmera lenta
Na mesma velocidade da minha ilusão.
Subiu nos Braços da gestante
O leite espirrante
A fome me causou alucinações
Sem variações,quero mastigar
Migalhas de frustrações
Falhas dessa ótica burguesa
Dessas palavras belas...de trsiteza
Que da janela do barraco
Aqui de cima dos livros de Florbela espanca
O bonito sacrifício de escrever
Ainda me encanta
Suporta tudo que por dentro
Essa caneta me arranca
E a força que tenho de continuar
Decodificando a poesia na Zona Sul
Já não é tanta.
O que vocês escrevem
não me dá almoço nem janta
Pois saibam que todo poeta é um deus
E a poesia é o diabo vestido de santa.